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Qual é o segredo para se sentir calmo e concentrado?
Não é uma pergunta fácil de responder.
Então, porque é que os monges budistas parecem sempre pacíficos e presentes?
Como é que eles o fazem? Conhecem algum segredo escondido que tu não conheces?
De facto, sim!
Durante milhares de anos, a filosofia budista concentrou-se exclusivamente na forma de reduzir o sofrimento humano e de manter a mente concentrada no momento presente.
E hoje, vamos analisar os princípios e hábitos mais importantes do budismo que todos podemos adoptar no nosso dia-a-dia.
Embora possam parecer difíceis no início, se se mantiverem firmes, irão beneficiá-lo durante toda a vida.
Hábito 1 - Desorganização do exterior
Sabias que o Buda nasceu príncipe? Sim, ele podia ter passado a vida num grande e belo palácio onde tudo era feito para ele.
Mas não o fez.
Abandonou tudo quando se apercebeu da natureza frustrante do materialismo.
2300 anos mais tarde, os monges budistas fazem o mesmo: reduzem ao mínimo os seus bens materiais e guardam apenas o que precisam para viver a sua vida. Normalmente, tudo isto cabe numa pequena mochila.
Desorganizam completamente a sua vida.
Hábito 2 - Desorganização interior: cuidar dos outros
Em muitos círculos budistas, os monges aprendem a fazer as coisas não para si próprios, mas para o mundo inteiro.
Quando meditam, é para o bem de todos, tentam alcançar a iluminação para atingir o seu potencial máximo e ajudar os necessitados.
Quando se consegue desenvolver este tipo de atitude altruísta, concentramo-nos menos nos nossos problemas pessoais, ficamos menos emotivos com pequenas coisas e a nossa mente fica mais calma.
É a isto que se chama desarrumação interior: abrir espaço para os outros e abandonar hábitos egoístas.
Hábito 3 - Meditar MUITO
Uma das principais razões para se tornar monge é ter mais tempo para meditar. A maioria dos monges acorda cedo e medita durante 1 a 3 horas e faz o mesmo à noite. Este tipo de prática altera o cérebro. Se já leu algum artigo sobre os benefícios da meditação, então sabe do que estou a falar.
Veja também: 16 sinais subtis de que ele só te quer pelo teu corpoNão tem de adoptar este tipo de horário rigoroso, mas e se começasse o dia com 30 minutos de meditação?
(Para saber mais sobre técnicas de meditação e sabedoria budista, consulte o nosso guia prático para utilizar o budismo e a filosofia oriental para uma vida melhor aqui).
Hábito 4 - Seguir os sábios
Na sociedade ocidental, temos uma relação pouco saudável com a velhice, mas para os monges budistas, os idosos são vistos como pessoas com sabedoria e procuram guias espirituais idosos que os possam ajudar no seu caminho.
Se olharmos à nossa volta, há sempre pessoas perspicazes com quem podemos aprender. As pessoas mais velhas têm mais experiência, o que significa que podem oferecer inúmeras lições de vida.
Hábito 5 - Ouvir com atenção e sem julgamento
O nosso cérebro julga naturalmente os outros, mas, segundo os budistas, o objectivo da comunicação é ajudar os outros e a nós próprios a sofrer menos.
Veja também: 15 sinais surpreendentes de atracção magnética entre duas pessoas (lista completa)Criticar e julgar obviamente não ajuda.
O principal objectivo da comunicação consciente é absorver tudo o que alguém está a dizer sem o avaliar.
Muitos de nós planeamos previamente as nossas respostas enquanto estamos a ouvir, mas o principal objectivo aqui é simplesmente absorver tudo o que estão a dizer.
Isto conduz a um maior respeito mútuo, compreensão e possibilidades de progresso na conversa.
Hábito 6 - A mudança é a única lei do universo
Segundo o mestre budista Suzuki, um princípio crucial que todos nós precisamos de aprender é aceitar a mudança:
"Sem aceitar o facto de que tudo muda, não podemos encontrar a perfeita compostura. Mas, infelizmente, embora seja verdade, é difícil para nós aceitá-lo. Porque não podemos aceitar a verdade da transitoriedade, sofremos."
Tudo muda, é a lei fundamental do universo. No entanto, temos dificuldade em aceitá-lo. Identificamo-nos fortemente com a nossa aparência fixa, com o nosso corpo e a nossa personalidade. E quando isso muda, sofremos.
No entanto, Suzuki diz que podemos superar isso reconhecendo que o conteúdo das nossas mentes está em fluxo perpétuo. Tudo sobre a consciência vem e vai. Perceber isso no calor do momento pode difundir o medo, a ansiedade, a raiva, o apego, o desespero. Por exemplo, é difícil ficar com raiva quando você vê a raiva pelo que ela é. É por isso que o Zen ensina que o momento é tudo o que existe.
Suzuki diz: "O que quer que se faça, deve ser uma expressão da mesma actividade profunda. Devemos apreciar o que estamos a fazer. Não há preparação para outra coisa"
Hábito 7 - Viver o momento
Como seres humanos, pode ser difícil simplesmente abraçar o momento presente. Temos tendência a pensar em acontecimentos passados ou a preocuparmo-nos com o que o futuro nos reserva. A nossa mente pode naturalmente andar à deriva.
A prática da atenção plena permite-nos melhorar a capacidade de redireccionar os nossos pensamentos para aquilo em que estamos realmente empenhados.
Sem nos julgarmos por nos perdermos nos nossos pensamentos, reconhecemos simplesmente que perdemos a nossa atenção e dirigimos o nosso foco para os nossos sentidos ou para qualquer tarefa em que estejamos envolvidos.
É preciso disciplina, mas é o que precisamos de fazer se quisermos estar presentes nos milagres da vida.
Hábito 8 - Concentrar-se numa coisa
Trata-se de uma questão simples, mas que sublinha um aspecto fundamental da filosofia budista.
Os monges budistas são ensinados a concentrar-se numa coisa de cada vez. Seja o que for que esteja a acontecer no momento presente, dê-lhe toda a sua atenção.
Quando fazemos várias tarefas, pensamos muitas vezes que estamos a fazer mais. No entanto, está cientificamente demonstrado que o cérebro não lida bem com as tarefas múltiplas. Na realidade, a qualidade do seu trabalho quando faz várias tarefas não é tão elevada.
Se conseguir ser como um monge budista e concentrar-se numa coisa de cada vez, estará mais empenhado no que está a fazer e, provavelmente, sentirá mais paz e calma como resultado.
Hábito 9 - Dar tudo o que tem
Dar tudo de si numa coisa é semelhante a concentrar-se numa coisa de cada vez.
Quando estiveres a fazer algo, abraça-o com todos os aspectos do teu ser.
Isto não significa transformar-se num cavalo de batalha agressivo, criando stress para si e para as pessoas à sua volta.
Em vez disso, concentre-se no momento presente com uma sensação de tranquilidade e concentração sustentada.
Afinal de contas, está a viver aqui agora, não há mais nenhum lugar para estar, não há mais nada para fazer. Dê ao que está a fazer tudo o que tem e espere que os resultados apareçam.
Hábito 10 - Deixar de lado o que não se pode controlar
Escrevi recentemente sobre este assunto no Hack Spirit. Deixar de lado as coisas que não se podem controlar é uma parte importante da forma como os monges budistas vivem as suas vidas.
Quando nos apercebemos de que tudo é impermanente, começamos a libertar-nos e a desfrutar da vida como ela é nesse momento.
A forma oposta de viver a vida é apegarmo-nos às coisas e tentarmos agarrar-nos a elas.
Mas não é assim que a vida funciona. Tudo muda com o tempo. Quando tentamos manter as coisas fixas, estamos a resistir à forma natural como as coisas são.
Quanto ao que fazer a seguir, veja o vídeo de Justin Brown sobre os benefícios de não fazer nada. Ele partilha alguns princípios para organizar a sua mente e viver com mais descontracção.
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